terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Conto: O sol e a lua


O sol e a lua

        O sol e a lua viviam em uma caverna. Nem a luz do sol e nem da lua podiam sair daquele lugar. Somente as estrelas brilhavam no céu nesta época.
        Certo dia, o sol e a lua se cansaram de viver em uma caverna juntos. Era muito apertado para os dois e o sol disse à lua:
        - Eu sou o pai da vida. Não é certo que eu viva em uma caverna junto com você. Vá embora e deixe a caverna apenas para eu viver.
        - Para onde irei? – perguntou a lua – Não tenho outro lar.
        - Vá para o céu. Há bastante espaço para você lá, no grande céu azul.
        Muito triste, a lua saiu da caverna. Ela ficou um pouco assustada com o grande céu azul, afinal de contas, ela era apenas uma lua prateada e magra. A princípio, ela se escondeu atrás das nuvens. Quando havia se acostumado, resolveu mostrar-se aos poucos e logo todos puderam ver como ela era bela.
         O sol viu a lua no lindo céu azul e ficou furioso. A pequena lua estava em um lugar melhor que o dele. Ele saiu então de sua caverna e pulou para o céu.
         Quando a lua viu o sol se aproximando, ficou com medo e fugiu. Ninguém mais conseguia encontrar a lua.
         O sol começou a ter o céu inteiro para viver. Ele mandava seus raios maravilhosos em todas as direções. Ele aquecia o planeta até então frio. Plantas verdes e lindas flores começaram a nascer e crescer. As pessoas dançavam e rezavam para o sol.
         Apesar de tudo isso, o sol vivia solitário. Ninguém conseguia chegar perto dele. Ele não tinha com quem conversar. Ele queria muito encontrar a sua amiga lua e decidiu procurar por ela.
         A lua havia se escondido dentro da velha caverna. Quando o sol foi procurá-la lá, ela começou a fugir.
         - Ei, lua! – gritou o sol – onde você vai? Por que você foge quando me aproximo? Não fuja de mim!
         A lua não queria esperar o sol. Ela correu para o céu. Quando o sol a alcançou, a lua partiu.
         Desde este dia, o sol não consegue mais ficar no mesmo lugar que a lua. Às vezes, a lua mostra seu rosto frio para o sol por um curto período de tempo. Às vezes ela lhe dá suas costas e passa silenciosamente em sua frente.
         Agora, o sol e a lua fazem turnos de sono em sua velha caverna e a cada novo dia, eles viajam separadamente pelo lindo céu azul.

( Conto Cubano – traduzido por Janaína Spolidorio )

Entendendo a História

  1. Coloque as orações abaixo na ordem correta. Escreva 1 para o que aconteceu primeiro e assim por diante:
_____ A lua brilhou no céu.
_____ A lua se escondeu atrás das nuvens.
_____ O sol disse à lua para deixar a caverna.
_____ O sol e a lua viviam em uma caverna.
_____ O sol e a lua se cansaram de viver juntos em uma caverna.
_____ O sol se sentiu solitário.
_____ O sol subiu ao céu.

  1. Responda as perguntas:
    a) Por que a lua deixou a caverna?
    b)Por que a lua não queria sair da caverna?
    c) O que aconteceu quando o sol decidiu subir ao céu?
    d) Por que o sol ficou furioso após a lua ter deixado a caverna?
  1. Complete a tabela de acordo com o que é pedido:

Acontece no céu
Como a história explica
O sol e a lua aparecem no céu em horas diferentes.
O sol e a lua estão bravos um com o outro.
Não podemos ver sempre o sol e a lua no céu

Às vezes a lua parece fina.
Ela fica com vergonha e se esconde.
Às vezes a lua está cheia.


O sol e a lua parecem se mover pelo céu.


  1. Termine as informações de acordo com o texto:
    a) O sol e a lua viviam infelizes na caverna porque _______.
    b) O sol pediu à lua que __________________________________.
    c) O sol se sentiu sozinho e queria _______________________.
    d) Esta história explica _________________________________
  1. Como os cientistas explicam o modo como o sol e a lua parecem se mover no céu?
  1. Invente uma história que explique outro fenômeno da natureza, como por exemplo a mudança das estações. Use sua imaginação.

A CASA DO PESADELO



A  CASA  DO  PESADELO

           A estrada pela qual eu seguia em meu carro deu num campo aberto, deixando o bosque para trás.
     O sol estava se pondo. A fazenda mais próxima tinha um caminho cinzento que a ligava à estrada.
     Acelerei o carro para chegar o quanto antes à casa e entender o que estava acontecendo, mas corri demais: meu carro derrapou e se estabacou contra uma árvore.
     Levantei-me sem maior dificuldade e fui examiná-lo. Ficara imprestável. Já era quase noite e eu já começava a ficar aflito quando apareceu um garoto correndo pelo caminho da casa. Vestia, como era típico do lugar, uma camisa marrom aberta no peito. Tinha uma expressão que me incomodava um pouco, porque seu lábio era rasgado. Quando chegou ao local do acidente, ele não disse nada, mas logo lhe perguntei:
     - Onde fica a oficina mais próxima?
     - A oito milhas daqui, senhor. – respondeu com uma péssima pronúncia, por causa do defeito no lábio.
     Como a noite já estava caindo, pedi-lhe:
     - Posso passar a noite em sua casa?
     - Claro, se o senhor quiser. Mas a casa está bem desarrumada, porque papai não está e mamãe morreu há três anos. Tem pouca comida.
     - Não tem importância. Trouxe algumas provisões. – retruquei e fomos juntos à sua casa.
     No caminho até a sua casa senti uma brisa estranha, um cheiro de vegetação desagradável. Ao chegar vi que tudo estava mesmo muito largado.
     O garoto me instalou amavelmente num quarto pegado à entrada. Como não havia luz na casa toda, peguei três velas na minha mala. Serviram-me para iluminar meu quarto e a cozinha. Mal me acomodei, acendi a lareira e comecei a preparar o jantar com o que trazia. O garoto comentou que já havia jantado e não estava com fome. Achei estranho para um garoto da sua idade, ainda mais com aquele aspecto de quem passava necessidades, mas eu não quis dizer nada. Aproximou-se do fogo e pôs-se a aquecer as mãos.
     - Está com frio? – perguntei.
     - Sempre estou.
     Aproximou-se tanto das chamas da lareira que temi fosse se queimar, mas ele parecia não sentir o fogo. Preparado o jantar, pus a mesa na cozinha mesmo e jantei – sozinho e rápido. Conversamos um pouco, porque não era tarde, e o garoto me acompanhou à varanda. Sentou-se no chão, enquanto eu me embalava gostosamente numa cadeira de balanço.
     - O que você faz quando seu pai não está? – perguntei.
     - Nada, só deixo o tempo passar. Ninguém nunca vem nos visitar. A gente daqui diz que essa casa é mal-assombrada.
     - Você já viu algum fantasma? – perguntei intrigado.
     - Ver, eu nunca vi. Mas posso senti-los.
     De repente, senti como se um fino véu deslizasse suavemente pelo meu rosto. Levantei-me de repente.
     - Ei! Você viu? – exclamei confuso.
     - Não vi nada. O que foi?
     - Não sei... Um véu. Roçou-me no rosto – expliquei.
     - Não tenha medo. Deve ser um dos fantasmas que correm pela casa. Na certa é minha mãe. – disse ele tranquilamente.
     Naquele momento, achei que o garoto não regulava bem. Despedi-me dele, desejei-lhe boa noite e fui dormir, agora já meio desconfiado. Caí num sono profundo mas, passado um bom tempo, um sonho arrepiante me acordou. Um pesadelo terrível: ali mesmo, no meu quarto, uma enorme fera, como que um javali disforme, de presas ameaçadoras, grunhia diante de mim. Tinha uma atitude muito agressiva e pusera suas patas na cama, a ponto de pular em cima de mim.
     Acordei suando, apavorado.  Não consegui mais dormir. Quis chamar o garoto, e só então me dei conta de que não sabia seu nome. Não tinha pensado em perguntá-lo e ele não tinha se apresentado. Gritei ‘oi’ repetidas vezes, mas ninguém respondeu. Só ouvi o eco dos meus gritos entre aquelas paredes vazias. Sentia meu coração bater como se fosse sair pela boca.
     Não estava gostando nada daquilo. Resolvi então ir embora daquela casa sem perder nem mais um minuto. Para não ser mal agradecido, deixei algum dinheiro em cima da mesa da cozinha. Saí, segui a estrada a pé, decidido a encontrar a tal oficina. O sol já tinha raiado quando cheguei à primeira fazenda. Um homem veio ao meu encontro.
     Contei-lhe meu acidente de automóvel da noite anterior e ele me perguntou onde tinha passado a noite. Ao lhe explicar onde tinha dormido, olhou para mim com cara de incredulidade.
     - Como é que lhe passou pela cabeça entrar ali? Não sabe o que dizem dessa casa?
     - O garoto me levou – respondi.
     - Que garoto?
     - O do lábio rasgado – afirmei com segurança.
     Com cara de quem havia compreendido tudo, me perturbou com suas palavras:
     - Desta vez não há dúvida. Esse garoto que o levou até a casa é um fantasma. Você não sabia, não é? Ele morreu há seis meses.

( A casa do pesadelo, de Edward White. Em O grande livro do medo ) 

Atividades

1.     Leia atentamente os trechos retirados do texto acima e copie os trechos, trocando as palavras destacadas por um sinônimo. Se necessário, utilize um dicionário:

a.     “Já era quase noite e eu já começava a ficar aflito”.

b.     “...passado um bom tempo, um sonho arrepiante me acordou...”

c.      “Não tinha pensado em perguntá-lo”.

d.     “Como é que lhe passou pela cabeça entrar ali?”

2.     Leia as informações abaixo e classifique-as em V ( verdadeiras ) ou F (falsas ):

a.     O carro do narrador chocou-se contra uma árvore. (     )
b.     O menino logo ofereceu abrigo ao narrador. (     )
c.      O narrador ficou incomodado com a aparência do garoto. (     )
d.     A mãe do menino estava ocupada e não pôde receber o homem. (     )
e.     Quando o homem foi embora da casa, o menino ainda dormia. (     )
f.        O narrador teve um aterrorizante encontro com um fantasma. (     )

3.     Encontre no texto dez palavras que tenham encontro consonantal e circule-as de vermelho. Depois, encontre outras dez palavras com dígrafo e circule-as de amarelo. Anote as palavras abaixo, no local correto:
Palavras com encontro consonantal: ____________________________
Palavras com dígrafo: ________________________________________

4.     Agora, anote as palavras encontradas na tabela abaixo, em ordem alfabética. Em seguida, separe as sílabas:

Palavras em Ordem Alfabética
Separação de Sílabas







5.     Quando você classificou as palavras em encontros consonantais e dígrafos, certamente utilizou critérios específicos. Explique abaixo como você fez para diferenciá-las e escolhê-las:

6.     O texto ‘A Casa do Pesadelo’ é um conto de terror e tem a intenção de passar o sentimento de medo para os leitores. Ao ler este tipo de narrativa, o leitor costuma se colocar no lugar do narrador e imaginar outras atitudes que teria tido ao ser ele. Escreva abaixo como você agiria nas seguintes situações sugeridas ao longo da narrativa:

a.     O que você faria após bater o carro na árvore?

b.     O narrador pede abrigo ao garoto. Você teria feito o mesmo? Justifique sua resposta:


c.      O que você faria ao saber que o menino já havia morrido há seis meses?

Música: País tropical

País Tropical

Jorge Ben Jor

Moro num país tropical, abençoado por Deus
E bonito por natureza, mas que beleza
Em fevereiro (em fevereiro)
Tem carnaval (tem carnaval)
Tenho um fusca e um violão
Sou Flamengo
Tenho uma nega
Chamada Tereza
Sambaby
Sambaby
Sou um menino de mentalidade mediana
Pois é, mas assim mesmo sou feliz da vida
Pois eu não devo nada a ninguém
Pois é, pois eu sou feliz
Muito feliz comigo mesmo
Moro num país tropical, abençoado por Deus
E bonito por natureza, mas que beleza
Em fevereiro (em fevereiro)
Tem carnaval (tem carnaval)
Tenho um fusca e um violão
Sou Flamengo
Tenho uma nega
Chamada Tereza
Sambaby
Sambaby
Eu posso não ser um band leader
Pois é, mas assim mesmo lá em casa
Todos meus amigos, meus camaradinhas me respeitam
Pois é, essa é a razão da simpatia
Do poder, do algo mais e da alegria
Sou Flamê
Tê uma nê
Chamá Terê
Sou Flamê
Tê uma nê
Chamá Terê
Do meu Brasil
Sou Flamengo
E tenho uma nega
Chamada Tereza
Sou Flamengo
E tenho uma nega
Chamada Tereza

Compreendendo o texto
1) Depois de ler e cantar a música, reconte, no seu caderno, sobre o que é falado nela.

2) Releia os versos do poema e explique o sentido das expressões.
a) "Moro num país tropical"
b) "Abençoado por Deus"
c) "E bonito por natureza, ah!...
d) "Sou flamengo, tenho uma nega chamada Tereza, ah!
- Quem é a nega chamada Tereza a quem o narrador se refere?
- O fato de o narrador ter se referido a essa pessoa como nega demonstra uma forma carinhosa de tratá-la? Por quê?

3) Na música País tropical, há a exploração da sonoridades de algumas palavras, a rima. Que palavras foram usadas para fazer essas rimas?

4) Use sua criatividade e encontre rimas para os seguintes versos:
a) O Brasil tem árvores tratadas.
b) A natureza é bela.
c) Diga não.
d) Durante o Sol poente.

5) Um país tão imenso e diverso como o Brasil conta com numerosos elementos que o caracterizam. Todos eles deixam marcas em nossa maneira de viver, ser e agir. No poema País tropical, aparecem vários desses elementos. Converse com seus colegas e faça um relato observando esses itens a seguir:
- Por que no poema é destacado o carnaval do Brasil?
- Flamengo é o nome de um time de futebol. Por que muitas pessoas consideram o Brasil "o país do futebol"?
- Pense em alguma coisa que você gosta no Brasil e no povo brasileiro.

6) Ortografia
Complete as palavras, usando M ou N:
home__            ni__guém            exe__plo         se__pre             tro__pa          repe__te
seme__te          da__çar                comu__           bri__cadeira     corre__          la__bida
bato__              co__pensação      bo__bo__        hífe__               ca__panha     assi__
sete__bro         alé__                    póle__              co__prido        segui__te        corre__te
amé__              ta__bé__              e__xergar        passate__po     lâ__pada        álbu__
elefa__te          capi__                  nuve__            difere__te         orie__tal         co__posto
Justifique onde você usou M ou N e por quê?

7) Escolha uma música conhecida e criem uma nova letra para ela, de modo que os versos se encaixem na melodia. O texto deverá descrever algumas belezas do Brasil ou da sua cidade.